vendo o extraordinário no ordinário


Recomeçar é reacender a fagulha

Recomeço mais uma vez nesse momento, 12:51, sexta feira, fim do verão de 2023. 12:50 Acabou. Não adianta virar a ampulheta, o tempo não pára, o tempo não volta. Excelente que seja assim, que novas possibilidades sejam possíveis a cada movimento do relógio.Recomeço planilhas, e-mails, uma nova série no streaming, uma motivação já adormecida. Recomeço uma conversa com uma amiga de longe. Recomeço novos trabalhos, novos hábitos, nova marca de sabonete, novas desculpas, novas alegrias, novas dúvidas. Recomecei em casas novas. Em muitas. Uns vinte ceps diferentes. Um país novo, alguns bairros, diversos vizinhos e cãezinhos que eu secretamente adotava no coração.Recomeços leves. Mas já vivi os recomeços à forceps. Aqueles em que o fim já chegou, mas teimamos em não ver os sinais. Preferimos coçar o olho, usar um colírio, trocar o óculos e ir ao médico. Tudo para não expor a verdade à pupila. Com perdão do trocadilho. Recomeçar é tomar consciência que algo findou. Soltar o que foi vivido e, enquanto caminha fazendo a digestão, ir coletando novas vivências.Se colocar em frente à finitude pode ser uma tarefa fácil se estivermos falando do pacote de biscoito que acabou. Mas, pode ser o início de uma jornada árida e dolorosa, se estivermos falando de um grande recomeço pessoal, daqueles que num piscar de olhos… você perdeu tudo. Até a si próprio. Já me perdi algumas vezes. E sigo me buscando, recomeçando. Hoje é um recomeço e o tempo presente é o lugar possível pra essa lufada de esperança. Recomeçar é reacender a fagulha de fé em si mesmo.Onze recomeços só nesse texto. Imagina num único dia, numa semana, num mês, num ano, em décadas e numa vida inteira…




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